Imunodeficiência Viral Felina (FIV)
Categoria
A FIV é causada por um retrovírus do gênero Lentivírus que não apresenta possibilidade de zoonose, o vírus afeta o sistema imune e prejudica seu trabalho. Por conta disso, o gato é utilizado como modelo de estudo do HIV devido a semelhança do vírus em humanos.
Sendo um vírus envelopado com proteínas e material genético RNA. Ele procura o receptor CD4 e se liga nele, manda o RNA para dentro da célula com a enzima transcriptase reversa, servindo para transformar a fita simples do vírus em fita dupla (DNA) que se incorpora ao material genético da célula, fazendo ela produzir vírus durante seu trabalho.
Transmissão
Transmitida principalmente pela mordida. O vírus é frágil e precisa ser inoculado, diferente do vírus da FeLV. É mais comum em machos devido aos seus hábitos de briga, proporcionalmente machos 3:1 fêmeas. Atentar-se aos abcessos, já que de 2 a 3 meses depois acabam sendo positivos para FIV.
“Lembrar: Atenção às cicatrizes de briga, mesmo que sejam antigas”
Também pode ser transmitida através de transfusão sanguínea, material hospitalar, de forma venérea (lesão nos órgãos genitais e mordidas de macho), através da gestão (menos comum) e durante a amamentação. Os fatores de riscos são: animais semi-domiciliados, menos sociais, machos jovens não castrados, colônias (+5 gatos) e estresse (baixa do sistema imune).
Ciclo do Vírus
Após a inoculação o vírus atinge linfócitos B, linfócitos T e os macrófagos, se disseminando em órgãos linfóides (linfonodos timo), aumentando a viremia (8 a 12 semanas após a inoculação) dependendo da quantidade de anticorpos.
Nessa fase já ocorre uma redução nos linfócitos CD4 e linfócitos B por apoptose das células e alterações de citocinas. Ocorrendo a supressão não específica de fatores CD8 e uma progressiva disfunção imune e assim gerando infecções oportunistas e neoplasias podem aparecer devido ás mudanças no DNA das células e alta produção.
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos são separados em quatro fases:
Sendo a fase aguda inicial: pode levar dias a semanas. Apresenta febre leve, letargia, linfiadenomegalia periférica (começando a produzir anticorpos). Podendo mostrar neutropenia leve, inicia pouco tempo depois da infecção, após brigas/mordidas.
Fase de latência/ assintomática: 4 a 6 anos, silenciosa. A quantidade de vírus é baixa e estão “escondidos” no DNA de alguns linfócitos, sem sinais clínicos.
Início/ fase de imunodeficiência: doenças, idosos ou algum outro fator causador de uma queda na imunidade do animal. O vírus aproveita para aumentar a carga viral e podendo levar meses ou anos. O gato fica muito susceptível a outras doenças e pode ter dificuldades no tratamento.
Sendo possível um aumento de linfonodos generalizado, febre, apatia, leucopenia, anorexia e principalmente perda de peso crônica. Secreções, agravamento de doenças secundárias, uveíte e esporotricose não responsiva ao tratamento ( Complexo gengivite estomatite faringite são 70% FIV).
Final/Fase de imunodeficiência: Acontece de tudo e nada resolve! Perda de peso acentuada, infecções oportunistas graves e não responsivas, exemplo pneumonias. A leucopenia persistente e anemia com alta mortalidade, não havendo anticorpos suficientes para combater a elevada carga viral (Imunoestimulação!).
Manejo do gato positivo
Antigamente a eutanásia era muito comum, porém não é a mais recomendada. A castração é um meio de evitar a disseminação de doenças e brigas, deve-se tomar muito cuidado com o protocolo de antibiótico.
No hospital o paciente com FIV fica na mesma ala dos demais animais, mas longe dos infecciosos, pois tem maior susceptibilidade a desenvolver qualquer doença. Sendo a higiene necessária para controlar o vírus.
Prevenção nos contactantes – estimular que não fiquem com outros gatos. A vacina apenas tem apenas no EUA e não protege de todos os subtipos, além de atrapalhar o diagnóstico. Sempre testar antes de vacinar, miou testou!
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